O presidente da CPI da Pandemia no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), informou que vai pedir à justiça a condução coercitiva de Carlos Wizard. O empresário estava convocado para depor na reunião desta quinta-feira (17), mas não compareceu.
Wizard informou que está nos Estados Unidos acompanhando o tratamento de saúde de um familiar e pediu para ser ouvido por videoconferência, mas a CPI negou. Na noite desta quarta-feira (16), o empresário obteve um habeas corpus expedido pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) para ter o direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si no depoimento ao colegiado.
CPI negou depoimento por videoconferência
Aziz relatou que, na manhã desta quinta, a comissão recebeu pedidos do advogado do empresário solicitando uma reunião para escolher uma “data mais adequada” para a ida de Wizard ao Senado. “É uma brincadeira dele, né? Uma data combinada para ele vir. É uma autoridade”, ironizou Aziz.
Antes de encerrar a reunião sem a presença do depoente, Aziz anunciou as providências da CPI em resposta ao não comparecimento de Carlos Wizard. Ele é apontado como um dos integrantes do chamado “gabinete paralelo” que teria aconselhado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a defender medidas ineficazes contra a pandemia.
“Oficiaremos a um juiz criminal para que requisite à autoridade policial a apresentação da testemunha faltosa, ou determinar que seja conduzido por oficial de justiça, o qual poderá solicitar o auxílio da força pública”.
Omar Aziz
Omar também afirmou que que vai pedir à Justiça a condução coercitiva do empresário Carlos Wizard à comissão e a retenção do passaporte. “Para além dessas medidas, diante da ausência do depoente, determino que seja oficiada à Justiça Federal para que o passaporte do seu Carlos Wizard seja imediatamente retido pela Polícia Federal tão logo ele ingresse em território nacional e somente seja devolvido após prestação de depoimento perante essa comissão de inquérito,” informou o presidente da CPI.
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Apreciação de requerimentos adiada
A CPI da Pandemia decidiu adiar o outro depoimento previsto para esta manhã. O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Silva Marques já estava no prédio do Senado. Mas Aziz resolveu adiar em virtude da votação em plenário da medida provisória que possibilita a privatização da Eletrobras.
“Nós não teríamos como [prever o adiamento], essa decisão foi tomada ontem à noite. Não estava marcada essa reunião às 10h e tenho certeza de que todos os senadores dessa CPI, individualmente, têm interesse em debater essa matéria tão importante”, afirmou Aziz em referência à votação da MP da Eletrobras.
A nova data dos dois depoimentos ainda não foi agendada. Nesta sexta (18), a CPI deve se reunir para votar requerimentos de novas convocações.