A crise política decorrente da demissão do ex-ministro Sérgio Moro levou a oposição a cobrar providências do Poder Legislativo durante a sessão virtual desta segunda-feira (27) e exigir a abertura de uma CPI.
É a primeira vez que o Plenário da Câmara dos Deputados se reúne após a demissão de Moro, que saiu do Ministério da Justiça e Segurança Pública denunciando tentativas de interferência do presidente da República na Polícia Federal.
A líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), afirmou que está colhendo assinaturas para que uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) seja instalada para investigar as denúncias de Moro.
“É impossível o Parlamento assistir, sem fazer nada, às denúncias contra Bolsonaro, de que o presidente tira chefes da Polícia Federal que não estão fazendo o que ele quer. É preciso investigar”, declarou.
O deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) disse que o PSB está trabalhando em um novo pedido de impeachment.
“Não é momento de omissão, é momento de debate e de decisão”, reforçou.
Para o líder do PDT, deputado Wolney Queiroz (PDT-PE), os acontecimentos da semana passada demonstram que o Palácio do Planalto está descolado da realidade do resto do Pais, que lida com o combate ao coronavírus.
“Enquanto ministro e presidente se digladiam, as pessoas morrem, a saúde nos estados está colapsada, e os recursos não chegam para as pessoas ou para as empresas. O Brasil oficial não quer saber do Brasil real”, criticou.
A líder do Psol, deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), ressaltou que a crise política criada pelo presidente da República coincide com a maior crise sanitária da nossa geração.
“Bolsonaro é um elemento de instabilidade, agora se junta a Roberto Jefferson e Valdemar Costa Neto [condenados pelo mensalão] negociando cargos para uma base alugada na Câmara. E ainda temos a comprovação da interferência na Polícia Federal para proteger a família”, disse.
Com Agência Câmara de Notícias