Se o primeiro turno consolidou a direita como detentora da maior máquina municipal no conjunto das cidades, o segundo turno trouxe o fortalecimento do centro no Sudeste e a projeção de lideranças de esquerda que quebram a hegemonia do PT. O partido, que já chegou a ter nove prefeitos de capitais, não elegeu nenhum pela primeira vez em 35 anos. Desde 1985, quando Maria Luiza Fontenele saiu vitoriosa em Fortaleza, o PT sempre elegeu algum prefeito nas capitais.
A vitória mais expressiva da esquerda aconteceu em Belém, com o ex-prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) vencendo o Delegado Federal Eguchi (Patriota), que fez uma campanha em defesa dos valores promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em Porto Alegre, Manuela d’Ávila (PC do B) perdeu para o ex-vice-prefeito Sebastião Melo (MDB).
A disputa deste domingo (29) em 18 capitais foi de poucas surpresas, com a virada de candidatos que estavam em segundo lugar e acabaram vencendo a eleição apenas em Manaus, com David Almeida (Avante), em Cuiabá, com a reeleição do atual prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), e em Maceió, com JHC (PSB).
Nas últimas eleições municipais, também foram 57 as cidades que definiram os prefeitos no 2º turno. O PT disputava em 7. Era o ano do impeachment de Dilma Rousseff e auge da Lava Jato. Os petistas só conseguiram eleger 1 nome: Marcus Alexandre, na capital Rio Branco (Acre). Mas ele renunciou ao cargo em 2018 para disputar o governo estadual. E acabou perdendo.
O auge da sigla de Lula nas capitais foi em 2004, quando conseguiu 9 capitais. Na época, a sigla detinha a Presidência da República.