O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirma que não mexerá “um milímetro” para impedir a atuação da CPI da Pandemia, embora diga ser contrário à sua instalação neste momento. Ele concedeu nesta sexta-feira (9) entrevista à Folha de S.Paulo na qual criticou o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro (sem parido).
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“Uma vez instalada, vou permitir todas as condições que funcione bem e chegue as conclusões necessárias.Aliás é muito importante que ela cumpra sua finalidade na apuração de responsabilidades.”
Rodrigo Pacheco
Pacheco criticou negacionismo de Bolsonaro
O senador concedeu a entrevista um dia após o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter determinado a instalação da CPI para investigar a atuação do governo federal na pandemia.
Na entrevista, Pacheco disse ainda que o presidente Jair Bolsonaro “não contribui” com seu discurso negacionista. “Para bom entendedor, um pingo é letra. Quando ele [Bolsonaro] prega qualquer tipo de negacionismo, eu vou criticar o negacionismo e consequentemente estou criticando a fala dele”, disse.
Pacheco nega que o Congresso esteja sendo omisso em relação à atuação do governo Bolsonaro na pandemia e aponta o que considera “erros praticados até agora.
Questionado se acredita que a CPI da Pandemia funcionará, Pacheco afirmou que não vai trabalhar um milímetro para mitigar a CPI nem para que não seja instalada nem para que não funcione. “Eu considero que a decisão judicial deve ser cumprida.”
Perguntado sobre a afirmação de que a CPI da Pandemia seria um ponto fora da cursa, mesmo com o cenário de 4 mil mortes por dia e um presidente negacionista, o presidente do Senado afirmou que muitos erros foram praticados pelo governo federal no enfrentamento à pandemia da Codiv-19. Ele elencou os erros.
“Atraso na vacinação, não termos contratado em tempo hábil as vacinas, programado os leitos de UTI um ano atrás. Podíamos ter hoje uma condição melhor de atendimento, inclusive através dos hospitais de campanha. Podíamos ter nos preparado com a produção de oxigênio, com o estabelecimento de uma rede de distribuição mais eficiente para atingir toda a população que esteja internada. E podíamos ter feito uma política externa melhor para garantir de maneira mais rápida os insumos da vacina e os medicamentos necessários.”
Confira a entrevista completa aqui.
Com informações da Folha de S.Paulo