
A morte de Major Olimpio (PSL-SP), causada pelo coronavírus, na quinta-feira (18) fez com que senadores aumentassem a pressão sobre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pela instauração da CPI da Covid-19, que segue engavetada na Casa, mas já conta com assinaturas suficientes para funcionamento. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, senadores afirmaram que a morte do senador foi a gota d’água do governo federal.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) publicou uma carta aberta na manhã desta sexta-feira (19) em que diz que, embora uma moção de apelo por ajuda internacional esteja sendo elaborada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado, é preciso estabelecer outros mecanismos de cobrança e fiscalização das ações do governo em relação à pandemia.
“A CPI da Pandemia surge no horizonte do momento como um instrumento de pressão, para que o Governo aja com rapidez, coordenação e vontade”, diz a parlamentar.
Pressão crescente após morte de Olimpio
Em reunião de líderes do Senado da última quinta, antes da notícia sobre a morte de Major Olimpio, Pacheco foi mais uma vez cobrado a instalar a CPI para apurar as omissões do governo federal na pandemia. O mineiro não se comprometeu, mas disse que vai conversar com Jair Bolsonaro e representantes de outros Poderes para criar um gabinete de crise.
Após a confirmação da morte cerebral do senador, parlamentares usaram as redes sociais para a divulgação simultânea de uma campanha pedindo vacinação. No vídeo, Major Olimpio diz que a imunização “não se trata de defesa de ideologia ou preferência pessoal” e afirma que queria ser vacinado.
Em janeiro passado, @majorolimpio, mais um brasileiro que a Covid levou, gravou um vídeo pela vacinação. Nós, senadoras e senadores, prestamos uma homenagem ao colega falecido hoje trazendo esse vídeo de volta. #Luto #VidasBrasileirasImportam #QueroSerVacinado pic.twitter.com/6vhdlWjlom
— Humberto Costa (@senadorhumberto) March 18, 2021
Defensor de negacionista
O líder do governo federal no Congresso Nacional, Eduardo Gomes (MDB-TO) diz que Bolsonaro não tem culpa pelo que ocorreu com Major Olimpio. O emedebista diz que a insatisfação com o governo federal acontece também em outros países e não tem relação com possíveis falhas na condução da crise da pandemia por parte de Bolsonaro.
“Os franceses estão indignados com o governo da França, os alemães com o da Alemanha. Estamos em uma pandemia. Temos que enfrentar juntos o problema. Não vejo espaço para intepretação política”, diz Gomes. “A gota d’água é de tudo. Estamos no meio de uma pandemia. Se a pandemia é maior, nosso esforço tem que ser maior. E o Senado tem feito isso”, conclui.
Gomes diz que o momento é de muita tristeza e que Olimpio era um de seus melhores amigos, “um cara doce, bacana, que evitava ir para qualquer confronto”.
A notícia sobre Olimpio chegou aos senadores pouco depois de uma reunião de líderes em que diversos deles choraram e disseram que não aguentavam mais receber ligações de pessoas pedindo vagas em UTIs e ajuda com alimentos.
“A ausência de atitudes mais firmes, como a instalação da CPI, faz de todos cúmplices de genocídio. Em nenhum outro lugar houve um presidente tão responsável pelo que acontece. Esse senhor tem que ser apeado do poder por uma questão humanitária”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Com informações da Folha de S. Paulo