
Por George Marques*
A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta quarta-feira (27), 29 mandados de busca e apreensão no inquérito que apura ofensas e divulgação de mentiras contra autoridades públicas. As ordens judiciais ainda estão sendo cumpridas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. Ações foram autorizadas pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
As investigações indicam os seguintes nomes de empresários como supostos financiadores de milícias digitais:
1)Edgard Corona (Smart Fit)
2) Luciano Hang; (Havan)
3) Reinaldo Bianchi Júnior;
4) Winston Rodrigues.
O ministro do STF determinou ainda a quebra dos sigilos bancários e fiscal dos quatro. Além disso, oito deputados do PSL terão que prestar depoimento ao STF por apoiarem atos em favor de um golpe militar.
São eles: Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Daniel Lúcio da Silveira (PSL-RJ), Filipe Barros (PSL-PR), Junio do Amaral (PSL-MG), Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PSL-SP) e os deputados estaduais Douglas Garcia (PSL-SP) e Gil Diniz (PSL-SP).
A dúvida que permanece em Brasília: será que hoje Bolsonaro também parabenizará a PF pelo trabalho cumprido? Ou as felicitações só servem quando atingem opositores do presidente?
A ativista Sara Winter, participante do grupo paramilitar 300 pelos Brasil, é outra que recebeu a visita da PF. Os agentes apreenderam computadores e celulares dela a fim de averiguar possíveis financiadores de fake news contra autoridades. Por enquanto não houve mandado de prisão.
O blogueiro da extrema-direita, Allan dos Santos, também foi alvo de mandado de busca e apreensão em sua mansão no Lago Sul.
É importante registrar que o inquérito no STF, que desencadeou a operação desta quarta, apura como uma rede empresarial tem financiado pessoas na divulgação de mentiras (fake news).
Não se deixe enganar: não tem nada a ver e não interfere na liberdade de expressão, pois o uso de notícias falsas para caluniar ou injuriar pessoas é crime. Usar o direito de liberdade de expressão para práticas ilícitas é abusar de um direito e deturpá-lo para outros interesses. Que a justiça diga e puna possíveis excessos.
George Marques é jornalista, editor-chefe do Socialismo Criativo, Relações Públicas, especialista em comunicação pública, comunicação política no legislativo. Foi indicado ao Prêmio Comunique-se de Jornalismo.