Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19 (Pnad Covid) divulgados nesta quinta-feira (20), indicam que a taxa de desemprego mensal acelerou de 12,4%, em junho, para 13,1%, em julho, no maior patamar desde maio, início da pesquisa. Ao todo, 12,3 milhões de brasileiros estão de desempregados.
De acordo com o levantamento, feito para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o quadro geral do mercado de trabalho apresentou deterioração em relação a junho, com fechamento de postos de trabalho e a maior procura de vagas por aqueles que perderam o emprego. A queda do número de pessoas ocupadas foi o principal fator de expansão da taxa de desocupação. Mais de 2 milhões ficaram sem emprego, na comparação com junho.
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“Esse primeiro semestre é normalmente o período que a desocupação aumenta, depois vai reduzindo. É um movimento natural que esta mais intensificado agora, por conta da pandemia”, afirmou Maria Lucia Vieira, coordenadora da pesquisa do IBGE.
Em relatório publicado na semana passada, os pesquisadores Maria Andreia Parente Lameiras e Marco Cavalcanti, ambos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ressaltaram que os efeitos deverão ser prolongados. O número de desempregados não vinha subindo, como era esperado diante do tamanho da crise do coronavírus, pela impossibilidade de procurar trabalho.
“Apesar de os indicadores econômicos mais recentes apontarem para uma recuperação mais rápida da atividade do que a prevista inicialmente, os efeitos adversos da crise no mercado de trabalho tendem a persistir durante algum tempo”, ressaltaram os pesquisadores do Ipea.
Economistas ponderam que a alta do desemprego deve ser uma tendência nos próximos meses, com o fim das medidas de sustentação de renda do governo, como auxílio emergencial e seguro-desemprego. Com a única fonte de renda de muitas famílias ficando escassa, a tendência é que mais pessoas saiam de casa na busca por uma vaga.
Em julho, 30,2 milhões de domicílios brasileiros, ou 44,1% do total, receberam algum auxílio emergencial relacionado à pandemia. Isso corresponde a mais 813 mil lares beneficiados, na comparação com o mês anterior.
Além disso, desde início da pandemia, 4 milhões de brasileiros tiveram que pegar empréstimos com bancos e parentes.
Com informações do jornal O Globo