
Nesta sexta-feira (26), manifestantes cobraram a responsabilização do governo Jair Bolsonaro (sem partido) após o Brasil ultrapassar as mais de 300 mil mortes pela Covid-19. Em frente ao Palácio do Planalto, o grupo estendeu uma faixa com os dizeres “300 mil mortos. A culpa é sua, Bolsonaro”.
Em números absolutos, o Brasil é o segundo país do mundo com mais infecções e óbitos pela doença. São 303.462 vidas perdidas e 12.320.169 infectados. Ainda de acordo com os dados divulgados na noite de quinta-feira (25) pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o país está longe de conter a pandemia. O Ministério da Saúde confirmou mais 100.736 novos positivos para Covid-19, o maior número já registrado em 24 horas.
Em todo o mundo, apenas França e os Estados Unidos já registraram mais de 100 mil casos em um só dia, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.
Brasil no epicentro da pandemia
Epicentro da crise sanitária causada pela Covid-19 e símbolo do negacionismo em todo o planeta, na quarta-feira (24) o Brasil alcançou a marca das 300 mil vidas perdidas.
O número, que representa 100 vezes o número de óbitos registrados em tragédias como no atentado ao World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, consolida o colapso da saúde do país e atesta o fracasso da gestão conduzida por Jair Bolsonaro (sem partido).
Bolsonaro faz live curta, mas crítica lockdown
Com pressão da oposição aumentado devido ao agravamento da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro apareceu timidamente na quinta-feira (25) durante a sua tradicional transmissão semanal. “Live vai ser curta, semana complicada”, declarou ao iniciar a conversa com apoiadores, ao vivo, nas redes sociais.
A transmissão durou cerca de 20 minutos, bem menos do que o normal. Em geral, as lives do mandatário ultrapassam 1 hora de duração, com participação de ministros e espaço para perguntas dos jornalistas do programa Pingo nos Is, da Rádio Jovem Pan. Desta vez, no entanto, não houve permissão para questionamentos.
Apesar de ter adotado um tom mais brando após sequências de recorde de mortes pela Covid-19, Bolsonaro não deixou de criticar o lockdown e defender o tratamento sem eficácia comprovada. Entre seus argumentos, voltou a citar, fora de contexto, o fato de a chanceler Angela Merkel ter suspendido um lockdown na Alemanha.
O mandatário também afirmou falsamente que o Brasil “já aplica em média 500 mil vacinas diárias”, quando na verdade a média é de 277 mil vacinas aplicadas por dia, bem menos do que o declarado. Durante os 67 dias de campanha de vacinação, entre 17 de janeiro e 25 de março, foram aplicados 18.590.208 imunizantes — somando primeiras e segundas doses.
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Sobre a possível falta do “kit intubação“, Bolsonaro admitiu que a situação “pode complicar”, mas garantiu que estaria em contato com farmacêuticas. “A gente espera que seja o suficiente, é uma corrida muito grande, que não era esperada, e pode complicar realmente”, disse.
Com informação da revista Fórum e do UOL