
O novo bloqueio orçamentário anunciado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) atingiu 11 ministérios e pulverizou milhões do orçamento das pastas. Com esse novo contingenciamento, o total de despesas que ficaram travadas subiu para R$ 10,5 bilhões.
Na lista enviada pelo Ministério da Economia, o Desenvolvimento Regional aparece em primeiro lugar como o que teve o maior montante de verba bloqueada: R$ 1,2 bilhão — a quantia representa cerca de 46% do total anunciado pela Economia.
O ranking segue com o Ministério da Saúde em segundo lugar, com corte de R$ 718,4 milhões, e a Cidadania (R$ 384,3 milhões). Confira a lista completa dos cortes orçamentários:
- Ministério do Desenvolvimento Regional: R$ 1,2 bilhões
- Ministério da Saúde: R$ 718,4 milhões
- Ministério da Cidadania: R$ 384,3 milhões
- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: R$ 196,2 milhões
- Ministério da Educação: R$ 51,3 milhões
- Ministério da Justiça e Segurança Pública: R$ 18,4 milhões
- Ministério do Turismo: R$ 14,5 milhões
- Ministério da Defesa: R$ 13,6 milhões
- Ministério do Meio Ambiente: R$ 6,6 milhões
- Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos: R$ 2,3 milhões
- Ministério de Minas e Energia: R$ 0,1 milhão
Bloqueio no Ministério dos Direitos Humanos
Com desesperadas tentativas de conter a crise de imagens após falar de teor pedófilo sobre as meninas venezuelanas, Jair Bolsonaro e a ex-ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, prometeram ações contra o abuso infantil. Contudo, o mesmo presidente que afirma combate a exploração contra crianças e adolescentes é o mesmo que contigencia R$ 2,3 milhões do orçamento da pasta que monitora e executa planos contra os crimes.
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Medidas eleitoreiras de Bolsonaro para ganhar eleição
Apesar dos contigenciamentos, Jair Bolsonaro acelerou o uso da máquina pública para ganhar a eleição. Desde o início do 2º turno, há duas semanas, foram pelo menos 10 medidas de caráter eleitoral com impacto bilionário para os cofres públicos.
Em alguns casos, porém, os benefícios à população só vão durar até dezembro, como a ampliação do Auxílio Brasil, já que a previsão de valor mensal que consta no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023, enviada pelo governo ao Congresso Nacional, é de R$ 400 – até o fim do ano, os pagamentos serão de R$ 600.
Considerando apenas a disputa atual de 2º turno, as principais medidas são os pagamentos a caminhoneiros e taxistas; o desconto, pela Caixa Econômica Federal, de até 90% de desconto em dívidas de 4 milhões de devedores; incluiu 477 mil famílias no Auxílio Brasil; e a ampliação do público de benefícios sociais.
Além disso, há acusações de uso da estrutura estatal de comunicação e de dependências do Palácio do Planalto e da Alvorada para atos de campanha.