Em mais um vexame internacional, Jair Bolsonaro (PL) conseguiu chocar o mundo na Organização das Nações Unidas (ONU). O motivo foi utilizar a abertura da assembleia da entidade como palanque eleitoral. O mesmo que ele fez durante o funeral da rainha Elizabeth II, na Inglaterra.
Reportagem do jornalista Jamil Chade, do UOL, revela que governos de países ao redor do mundo, que fazem parte da ONU, criticaram de maneira contundente o mais novo absurdo protagonizado pelo atual ocupante do Palácio do Planalto.
A avaliação é que ele saiu do evento ainda menor do que chegou.
Além de ignorar, como de costume, as quase 700 mil pessoas que morreram no Brasil por conta da pandemia, Bolsonaro provocou críticas por ignorar a destruição recorde do meio ambiente no Brasil e atacar a imprensa nacional e estrangeira pelas críticas. De concreto para reverter o problema, apenas silêncio. Assim como fez com relação à luta travada por ele contra os direitos humanos.
“Teu presidente não entendeu onde está, quem ele representa e o cargo que ocupa”, afirmou um embaixador experiente ao jornalista enquanto Bolsonaro ainda falava.
Desagradou o insistente foco nos cristãos, com falas ligadas ao fascismo, também foram interpretadas como uso eleitoreiro da ONU por Bolsonaro.
“Poucos hoje prestam atenção às suas [de Bolsonaro] propostas. Se não fosse o primeiro a falar, dificilmente o mundo estaria escutando o que ele tem a dizer”, relatou um diplomata europeu ao jornalista.
Leia também: 5 motivos para NÃO votar em Bolsonaro
Isolamento internacional
Ainda de acordo com a reportagem, diversos governos de países europeus já determinaram o mínimo de contato com Bolsonaro e seus apoiadores. O que resulta também em esvaziar a possibilidade de qualquer projeto de peso envolvendo o Brasil enquanto o atual mandatário estiver no poder.
Além disso, pretendem reconhecer de imediato e de maneira articulada o resultado das urnas brasileiras. O intuito é deixar claro que apoiam o processo democrático brasileiro.
O mesmo foi feito logo após a vitória de Joe Biden, nos Estados Unidos, enquanto Donald Trump, que Bolsonaro tenta seguir os passos, tumultuava o processo por não aceitar a derrota.
Antes de falar durante a Assembleia da ONU, Bolsonaro foi recebido com críticas em Nova Iorque. Projeções com foto de Bolsonaro e expressões como “vergonha brasileira”, “desgraça” e “mentiroso” foram realizadas no prédio das Nações Unidas.