
Um governo corrupto, mentiroso e que nem se dá ao trabalho de tentar justificar os desmandos e crimes que comete. Esse é o governo de Jair Bolsonaro (PL) que atua de maneira direta para beneficiar a si, seu clã e aliados em detrimento de toda a população que amarga uma gestão de morte diante da fome e desespero provocado pelo bolsonarismo desde que chegou ao poder.
A quarta-feira (22) começou com a notícia da prisão do ex-ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro, que transformou uma das principais pastas da Esplanada em um balcão de negócios muito lucrativo ao vender verbas para municípios em troca de propina. Tudo por ordem de Bolsonaro, conforme o próprio Ribeiro disse para os aliados.
Escandaloso, sem dúvida. Mas, infelizmente, trata-se apenas uma pequena parte dos crimes cometidos por Bolsonaro e os seus. Não se trata de mera percepção, mas de robustos estudos comprovados por renomadas instituições internacionais.
Um relatório que ao qual o jornal Valor Econômico teve acesso, divulgado nesta quarta, mostra que o Brasil sob Bolsonaro despencou pelo terceiro ano consecutivo no Índice de Capacidade de Combate à Corrupção (CCC).
O levantamento, produzido pela Americas Society/Council of the Americas (AS/COA) em parceria com a consultoria Control Risks e abrange os 15 países que representam 92% do PIB da América Latina, mostrou que a pontuação do país caiu 6% entre 2021 e 2022 e 22% no acumulado desde a primeira edição do levantamento, que começou a ser realizado em 2019.
Um ponto positivo do relatório é a independência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apesar do esforço diário de Bolsonaro para desestabilizar as instituições democráticas brasileiras.
“Apesar da escalada nas críticas públicas feitas a eles pelo presidente Jair Bolsonaro”, destaca o relatório de acordo com o Valor. “Mesmo com a polarização política em alta, a pontuação do Brasil na categoria sociedade civil e mídia permaneceu estável e superou a média regional. ”
Haja cortina de fumaça
Desesperado ante a (cada vez mais iminente) derrota nas urnas, revelada por todas as pesquisas de intenção de voto, Bolsonaro usa a máquina pública descaradamente para tentar se manter no cargo.
Não adianta negar. O presidente tem poder para determinar ações que influenciem para reduzir o preço dos combustíveis. Mas, na sanha de privatizar e destruir as estatais do país em nome de um liberalismo altamente destrutivo, mente para se esquivar de suas responsabilidades.
Enquanto tenta desviar a atenção dos escândalos, usa deliberadamente a máquina pública para fazer campanha eleitoral antecipada. Prova disso é o uso milionário do cartão corporativo a que tem direito como presidente da República.
Matéria da Folha comprova que as contas têm ficado cada vez mais altas e atingiram R$ 1,2 milhão por mês. O valor médio passou de R$ 736,6 mil mensais, em 2019, para R$ 862,1 mil, em 2020. No ano passado, já havia chegado a R$ 1,1 milhão.
Enquanto o mundo cobra respostas para o brutal assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, Bolsonaro culpou os dois por suas próprias mortes e foi fazer motociata no Amazonas afim de tentar, novamente, faturar eleitoralmente de maneira desumana.
Nenhuma novidade para quem ignorou tragédias vividas por milhares de brasileiros mortos em decorrências das chuvas no início do ano porque não queria atrapalhar suas férias.
Campanha antecipada ilegal a todo vapor
Bolsonaro coloca em xeque a democracia do país desde que chegou ao cargo. Usa as Forças Armadas desde o ano passado para tentar constranger e ameaçar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, nesta terça-feira (21), colocou a Polícia Federal em rota de colisão com a Corte.
O ministro da Justiça, Anderson Torres, comunicou ao TSE que a corporação vai atuar na fiscalização das eleições de outubro com “desenvolvimento de programas próprios de verificação”.
O que causa estranhamento já que os equipamentos são auditáveis e a PF participa desse processo.
Uma das ‘táticas’ é a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras. Claramente, com o intuito de criar mais um palco de disseminação de mentiras e fake news para confundir a população a apenas 4 meses das eleições.
Para isso, demitiu ministro e trocou duas vezes o comando da estatal.
Bem diferente de quando atuou para barrar a CPI do MEC, há poucos meses, e o escárnio que bolsonarista tentaram fazer durante a CPI da Covid, que revelou uma série de escândalos do governo.
Uso da pandemia
Se Bolsonaro tratou a pandemia desde o início como uma gripezinha, pressionou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a decretar o ‘fim da pandemia’. Mentira devidamente usada nas peças publicitárias do seu partido que foram exibidas na televisão. Mas a corrupção, sem dúvida, foi uma das marcas desse sombrio momento.
De cobrança de propina dentro do Ministério da Saúde, à época comandado por Eduardo Pazuello, que também prometeu a intermediadores de vacinas a compra de 30 milhões de doses da chinesa Coronavac pelo triplo do preço que era negociado pelo próprio Instituto Butantan.
Em outra frente, o Tribunal de Contas da União verificou “indícios robustos” de fraudes em licitações para a compra de insumos para a produção de cloroquina pelo Exército, entre 2018 e 2021. O medicamento que ele conseguiu transformar em um símbolo do negacionismo mortal de Bolsonaro.
Um dos casos mais emblemáticos foi Bolsonaro ter deliberadamente ignorado denúncias feitas pelo então aliado, deputado Luís Miranda (DEM-DF), de compras superfaturadas da vacina indiana Covaxin em plena pandemia.
Bolsonaro, de imediato, atribuiu o caso de corrupção ao líder do seu governo, deputado Ricardo Barros (PL-PR). Fora isso, nada além de mentiras. Não apenas não mandou investigar, como tentou barrar a todo custo as apurações.
Discurso insustentável
Das promessas de campanha de Bolsonaro, é preciso reconhecer que “acabar com isso tudo que tá aí” está sendo cumprindo à risca. Inflação, desemprego, fome seguem subindo vertiginosamente.
Ao contrário do que prometeu na campanha, de reduzir os ministérios para 15, já anunciou que pretende recriar três pastas se for reeleito. Garantiu indicações técnicas e o fim de compra de apoio político, o famigerado ‘toma lá, dá cá.’
Se na campanha de 2018 se referia ao centrão como “alta nata de tudo que não presta”, festejou quando se filiou ao PL. “Estou me sentindo em casa”, afirmou.
Rachadinhas e ‘micheque’
Um dos casos mais emblemáticos é o esquema das rachadinhas praticados por Bolsonaro e seus filhos Carlos e Flávio.
O esquema consiste em pegar todo ou parte dos salários de funcionários fantasmas. De acordo com as denúncias, o esquema foi mantido por anos nos gabinetes dos três.
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Ao mesmo tempo em que nega as acusações, o clã Bolsonaro atua para barrar as investigações e sequer responde de fato às suspeitas.
Outro caso que explodiu contra os Bolsonaro foi o dos R$ 89 mil depositados pelo então assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, na conta de Michelle Bolsonaro, então futura primeira-dama.
Como resposta, a família presidencial apresentou versões contraditórias e nunca comprovou o motivo dos depósitos.
Ainda em 2018, o crescimento extraordinário dos Bolsonaro foi revelado pela Folha. Embora teoricamente viviam com seus salários de parlamentares, tinham 13 imóveis que somavam R$ 15 milhões à época. A maior parte deles em áreas valorizadas do Rio de Janeiro.
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Em 2021, Flávio comprou uma mansão em Brasília por R$ 6 milhões.
Nenhuma explicação sobre a origem do dinheiro para adquirir tamanho patrimônio.
Discurso insustentável
Das promessas de campanha de Bolsonaro, é preciso reconhecer que “acabar com isso tudo que tá aí” está sendo cumprindo à risca. Inflação, desemprego, fome seguem subindo vertiginosamente.
Mas, ao contrário do que prometeu na campanha, de reduzir os ministérios para 15, já anunciou que pretende recriar três pastas se for reeleito. Garantiu indicações técnicas e o fim de compra de apoio político, o famigerado ‘toma lá, dá cá.’
Se na campanha de 2018 se referia ao centrão como “alta nata de tudo que não presta”, festejou quando se filiou ao PL. “Estou me sentindo em casa”, afirmou.
Com informações do O Globo, Jornalistas Livres