Com o risco de o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deflagrar processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro antes de deixar o comando da Câmara nesta segunda-feira (1º), o Planalto acionou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o presidente do Progressistas, Ciro Nogueira, para tentarem fazer uma interlocução com o demista.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, deputados de partidos como PSDB e MDB, que apoiam Maia, também têm telefonado para o parlamentar na tentativa de demovê-lo do que chamam de uma atitude precipitada.
Em paralelo, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, também tem acionado líderes partidários para que eles participem do esforço, que foi apelidado nos bastidores de “Acalma, Maia”.
A possibilidade de que Maia retire um dos mais de 60 pedidos de impeachment da gaveta começou a circular após a decisão do DEM vir à tona no domingo, às vésperas da votação. O partido do deputado abandonou seu candidato, Baleia Rossi (MDB-SP), e abriu vantagem para Arthur Lira (PP-AL), candidato de Bolsonaro.
Maia e a Frente Ampla
Diante da informação, até aliados de primeira hora de Maia, que fazem oposição a Bolsonaro, se dividiram. Parte da esquerda que o apoia, como PT e PDT, sugeriu que em retaliação ele abrisse o impeachment, enquanto a direita, como o PP, avaliou que não seria o melhor caminho. Maia, segundo informações que chegaram ao Planalto, não se posicionou.
Para alguns aliados, um gesto nesse sentido poderia soar oportunista e prejudicar até mesmo a construção de uma frente ampla contra Bolsonaro em 2022. A expectativa, porém, dentre governistas na manhã desta segunda-feira é a de que isso não ocorrerá e que, se ocorrer, Lira irá arquivar o processo.
No entanto, há ainda uma preocupação secundária no Planalto: que a discussão sobre impeachment não atrapalhe a possibilidade de colocar a agenda econômica em votação já a partir desta terça-feira (2).
Com informações da CNN e da Folha de S. Paulo