O embaixador da República da China no Brasil, Yang Wanming, foi convidado a visitar o Senado Federal pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O envio do documento ocorre após ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao país asiático, insinuando que os chineses teriam criado o coronavírus em laboratório, como instrumento de uma “guerra química”.
Esforço para restaurar boas relações com a China
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, das Relações Exteriores, Carlos França, e da Economia, Paulo Guedes, participaram de um encontro com o embaixador da China por videoconferência na tarde deste sábado (7). Os diretores do Instituto Butantan, Dimas Covas, e da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade, também participaram da reunião.
Durante a CPI da Pandemia na quinta-feira (6), Queiroga disse que vai continuar trabalhando “para manter as boas relações que o Brasil tem com a China”, junto com o chanceler brasileiro.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que o chefe da pasta “reiterou o compromisso do governo brasileiro em estreitar a cooperação Brasil-China no enfrentamento à pandemia de Covid-19.”
De acordo com o Ministério da Saúde, o embaixador chinês disse que o seu país está disposto a continuar colaborando com o Brasil para enfrentar a Covid-19. Yang Wanming também enfatizou que os laboratórios chineses vão honrar os contratos de venda de vacina com mais de 100 países.
Carta de Pacheco ao embaixador chinês
Em carta encaminhada ao embaixador da China no Brasil, Pacheco destacou a “conduta externa responsável e construtiva” adotada por ambos países. O senador escreveu sobre a a necessidade do “aprimoramento da parceria” e reitera “a importância do relacionamento mutuamente relevante e construtivo” entre ambos os países.
O presidente do Senado afirma que o encontro servirá para o “aprimoramento da parceria de grande qualidade que tem caracterizado nossas relações bilaterais”. Pacheco defendeu ainda uma “configuração internacional” e “convergência entre nações” para superar desafios como o aquecimento global e o combate a doenças e à pobreza.
“Disso decorre nosso firme propósito de ampliar a colaboração sino-brasileira em todos os terrenos: ciência, tecnologia, comércio, investimento. Esforço que requer diálogo ainda mais intenso e aprimoramento constante da coordenação política e diplomática.”
Rodrigo Pacheco
Frente Parlamentar Brasil-China
O líder da Frente Parlamentar Brasil-China, deputado Fausto Pinato (PP-SP) criticou a fala do presidente. Na quarta-feira (5), ele divulgou uma nota levantando a possibilidade de Bolsonaro ter “doença mental”. “Penso que estamos diante de um caso em que recomenda-se a interdição civil para tratamento médico”, disse. No comunicado, Pinato ressalta que não compactua com as alegações do presidente.
“Não compactuaremos com afirmações desrespeitosas e irresponsáveis contra a China, que tem sido grande parceira do Brasil na luta contra a pandemia da Covid-19.”
Fausto Pinato
Com informações do Congresso em Foco e Agência Senado