O ex-governador do Maranhão e pré-candidato ao Senado, Flávio Dino (PSB), acredita que o PSB tem o papel fundamental de mostrar ao Brasil que é preciso ter esperança. Sua gestão no Maranhão mostra que quando existe vontade política e união em busca de melhorias para todas as parcelas da população, é possível vencer os desafios.
Durante o XV Congresso Nacional do PSB, em Brasília, Dino falou ao Socialismo Criativo e avaliou a chegada do ex-governador Geraldo Alckmin ao PSB e a composição para disputar a vice-presidência ao lado de Lula (PT), como necessária, especialmente, pelo fato dos dois políticos terem perfis tão diferentes.
“Alckmin tem uma trajetória reconhecida, experiência administrativa e é diferente de Lula, o que é muito bom para o Brasil, país formado pela diferença em todo o seu território. E a política tem que expressar essa pluralidade”, analisa.
Dino destaca a Autorreforma do PSB como outro fator fundamental para motivar as pessoas a lutarem em prol da melhoria de vida e garantia dos direitos de todos e todas.
“Como recém-filiado, fico muito feliz de ver um partido aberto às contribuições dos novos filiados. E a chapa (Lula-Alckmin) precisa dessa participação de todas as pessoas, mesmo de quem não gosta da esquerda ou que não concorda totalmente com o nosso programa porque a pergunta é ‘Bolsonaro merece continuar governando por mais quatro anos? ’. Não merece e nós somos a alternativa àquilo que ele finge que é”, enfatiza o socialista.
Êxito no Maranhão
Em um curto espaço de tempo, o Maranhão teve grandes avanços em todas as áreas. A gestão de Flavio Dino ampliou os restaurantes populares de seis para 106. São 80 mil refeições diárias distribuídas a R$ 1 real, medida ainda mais importante no momento que o país passou a viver novamente o pesadelo da fome sobe o governo de Jair Bolsonaro.
“Num espaço curto de tempo conseguimos avançar muito em todas as áreas. Claro que ainda
Além de matar a fome, os restaurantes populares impulsionam a economia local em uma “rede extraordinária”, nas palavras de Dino, porque as compras são feitas dos produtores locais.
Leia também: Manifesto do PSB faz frente aos desafios do capitalismo atual
Salto na educação
Na educação os resultados comprovam que quando há vontade política e comprometimento, mudanças profundas acontecem.
“Nosso Ideb era praticamente o pior do país no ensino médio e estava caindo quando assumimos o governo. E, agora, nosso estado está 13º lugar no país. Saímos da 25ª para 13ª posição. Um salto gigantesco em que saímos da metade dos piores para a metade dos melhores do país”, comemora Dino.
O Maranhão não tinha sequer uma escola de ensino integral quando Dino assumiu o governo. Hoje, são 100 escolas e mais de 1,4 mil obras relacionadas com a educação.
Exemplo de combate à pandemia
Na área da saúde, o Maranhão deu um exemplo ao país no combate à pandemia da covi-19. O estado se mantém com a menor taxa de mortes do país desde a chegada da doença ao Brasil.
“Lá não se negou vacina, a gente foi pra cima e abrimos hospitais, motivamos os profissionais e a população a acreditar, mesmo sabendo da montanha de dificuldades do dia a dia. Levamos o problema a sério”, relembra.
A iniciativa foi muito bem-sucedida e, justamente, por isso, a iniciativa privada, com empresas e bancos que se dispuseram a ajudar o estado no enfrentamento à pandemia.
“As pessoas me ligavam para ajudar e nos mandaram equipamentos, montaram hospital de campanha, doaram remédios, luvas. Não foi uma obra individual, mas um trabalho coletivo. Esse mutirão é possível e, no caso brasileiro, hoje, extremamente necessário”, alerta.
Fake news
Flavio Dino é enfático ao afirmar que a disseminação de fake news é uma fraude eleitoral.
“Antigamente, quando a gente falava em fraude eleitoral, se imaginava a cédula e a urna. A fraude eleitoral, hoje, se chama fake news porque é a distorção da vontade das pessoas. Não temos que aceitar esse emparedamento contra o judiciário, a justiça eleitoral e o STF porque eles (bolsonarista) querem mesmo mesquinhar e reduzir os órgãos de controle pra fazer valer a lei da selva, que é a lei do mais forte e onde prevalece esse vale-tudo”, critica.
Somado a isso, Dino, que é católico praticante, observa a necessidade da esquerda se aproximar das igrejas.
“Vai participar quem tem fé, e por outro lado, quem não tem, deve considerar que as igrejas são fundamentais na nossa sociedade porque elas são instâncias de organização social e comunitária, de apoio às famílias carentes, mulheres agredidas, aos jovens com problemas. As religiões integram desde sempre a existência humana. Essa postura [de tolerância}, além de ser um erro eleitoral, é quase uma violação de preceito ético”, pontua Dino.
E lembra que o inimigo em comum é outro e deve sair do poder nas eleições de outubro.
‘Sem dúvida precisamos reconstruir o que foi abandonado esses anos. Eles são obscurantistas, inimigos da ciência, da educação, da natureza”, pondera.