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O número de mulheres que vai votar em Jair Bolsonaro (PL) para a presidência cresceu 5% entre junho e julho. Passou de 22% para 27% o percentual de intenções de voto delas, de acordo com pesquisa Quaest. Mas, como um presidente misógino, que trata as mulheres com desprezo e humilhações dentro e fora do seu governo, ainda consegue crescer entre o eleitorado feminino?
A própria primeira-dama Michelle Bolsonaro relutou bastante em entrar na campanha do marido para ser usada para atrair o voto das mulheres, já foi alvo de comentários públicos repulsivos do marido como ter mandado ela aprender libras “porque falava muito alto em casa” e que ela “pede R$ 5 mil todo dia”.
Em novembro do ano passado, Bolsonaro chegou a comemorar ter transado com Michelle na manhã do referido dia, durante evento no Palácio do Planalto, deixando os presentes constrangidos.
Nos últimos dias, duas aliadas de Bolsonaro que já foram bastante próximas e voltaram a se atacar. Janaína Pascoal (PRTB-SP), deputada estadual, e Carla Zambelli (PL-SP), voltaram a se atacar nas redes sociais por conta da disputa ao Senado.
Janaína foi preterida da disputa por Bolsonaro, que decidiu apoiar o astronauta Marcos Pontes para concorrer ao cargo.
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Zambelli foi ao Twitter fazer suas costumeiras provocações. Afirmou que seu voto é do astronauta e que Janaína só tem “dado bola fora ultimamente”.
Em resposta, Janaína foi à mesma rede rebater a ex-amiga.
Afirmou que foi ela quem impediu que Bolsonaro expulsasse Zambelli de um caminhão de som em Catanduva (SP), durante a campanha de 2018.
“Quando Bolsonaro te expulsou do caminhão em Catanduva, fui eu que exigi que você ficasse, ou eu desceria. Seus setenta e poucos mil votos não vieram de Bolsonaro, vieram de meus 2 milhões de votos. Mas eu compreendo, hoje, rende mais me virar as costas. Mas quem viveu 2018 sabe!”, afirmou no Twitter.
Defende quem te humilha
Zambelli, aliás, foi ela própria alvo de grosseria gratuita e machista de Bolsonaro. Em janeiro, em conversa com apoiadores no cercadinho do Palácio do Planalto, mandou a aliada ficar quieta enquanto zombava de João Doria (PSDB-SP).
“Ele aumentou o ICMS de tudo, menos do Hipoglós”, disse Bolsonaro aos risos. Quando Zambelli disse que Doria estaria “advogando em causa própria”, Bolsonaro a cortou imediatamente.
“Fica quieta aí”, afirmou afastando a deputada com o braço e gargalhando. Visivelmente constrangida, Zambelli fico de cabeça baixa.
Nem em eventos religiosos Bolsonaro consegue esconder seu desprezo pelas mulheres.
Na Marcha para Jesus, no final de junho, em Balneário Camboriú (SC), Bolsonaro mandou a vice-governadora Daniela Reinehr (PL) se afastar com a toda a falta de educação de seu repertório.
“Vai para trás, meu Deus do céu”, disse rispidamente Bolsonaro.
Defensora árdua preterida
Ex-ministra e defensora ferrenha das pautas de costume cerceadoras de direitos que compõem o enredo bolsonarista, Jair Bolsonaro descartou Damares Alves, que contava com o apoio do ex-chefe para disputar o Senado.
Foi trocada por Flávia Arruda, também ex-ministra, que tem a seu favor ser casada com o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, articulador e que, pela segunda vez, pretende disputar uma vaga na Câmara com o discurso de “humildade” após cair por escândalos de corrupção.
Com informações do IG, Folha, Uol, Poder 360, CNN