Os sete partidos aliados à candidatura do ex-presidente Lula (PT) se reúnem, nesta segunda-feira (23), para traçar a linha da campanha. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice, também estará presente no evento, que têm início às 10 horas, no Hotel Intercontinental, em São Paulo.
Representantes do PT, PSB, PSOL, PCdoB, Rede, PV e Solidariedade deverão criar o Conselho Político, que tem como objetivo orientar os rumos da chapa que concorre à presidência em outubro.
A reunião será conduzida por Lula e Alckmin e, também, vai determinar a agenda de viagens da chapa até o mês das eleições.
Lula vai traçar a linha mestra da campanha, que será focada nas memórias de seus dois governos no Planalto, e propor estratégias para fechar alianças e montar palanques em estados onde ainda há indefinições, como São Paulo, Pernambuco e Santa Catarina – além de tratar de problemas nas alianças no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Alckmin deve falar das estratégias para aproximação de setores do centro político e de segmentos da sociedade onde Lula encontra mais resistência, como ruralistas e no conservadorismo cristão.
A primeira visita está prevista para o Rio Grande do Sul, estado com maioria conservadora, onde Alckmin pode exercer um papel importante no sentido de trazer uma parcela dessa população mais para o centro.
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Presidente do Vox Populi deve participar com pesquisas nos estados
Também está prevista a participação do sociólogo Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi, que deve apresentar pesquisas nos estados do país.
Os presentes ao encontro terão condições de analisar quais as chances de vitória de Lula-Alckmin ainda o primeiro turno, diante, principalmente, da indefinição e do fraco desempenho da chamada “terceira via” nas pesquisas eleitorais.
Conselho Político
Após as intervenções, os participantes do chamado Conselho Político devem participar de um debate para análise da conjuntura política e propor ideias para a campanha.
“A síntese desse encontro deverá ser incorporada na primeira reunião que cada área da campanha realizar, já com a participação dos representantes dos partidos. Para fechar o ciclo desse processo, o responsável de cada fará uma devolutiva à coordenação da coligação para que os presidentes dos partidos possam acompanhar o andamento do trabalho e ter domínio das informações. Essa dinâmica não impede que algum assunto ou alguma área da campanha possa ser objeto de debate específico no âmbito da coordenação da coligação”, diz o texto distribuído aos partidos.
Na parte da tarde, representantes dos sete partidos fazem reunião de trabalho sobre áreas temáticas da campanha, como Plano de governo, Comunicação, Agenda, Mobilização e Finanças.
Chapa Lula-Alckmin
Durante o lançamento da chapa para concorrer à presidência da República, no último dia 07, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), esteva com covid – e por isso afastado das festividades; mas não deixou de marcar sua presença no evento.
Em discurso, feito por vídeo-transmissão, Alckmin reafirmou a união entre o socialista com o ex-presidente Lula (PT). “Até o final dessa missão, nós, presidente Lula, nós vamos estar juntos, apoiando e defendendo o seu governo, até que o seu trabalho tenha sido completamente realizado. Porque é disso que o Brasil precisa. E é essa a missão que determina a nossa aliança”, proclamou.
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Alckmin fez um discurso de pouco mais de 15 minutos, à distância, de casa e saiu maior do que entrou da festa da qual nem estava presente. Em suas falas, Alckmin quebra desconfiança da esquerda, ganha protagonismo na campanha e solução para adesão de outras forças políticas.
O ex-governador e agora pré-candidato a vice-presidente foi enfático ao defender a aproximação dos dois: “Obrigado, presidente Lula, por me dar o privilégio da sua confiança”. E garantiu: “Serei um parceiro leal”.
Alckmin defendeu a unidade ao redor da chapa. “Faço um chamado às demais forças políticas brasileiras: venham se juntar a nós. Ninguém duvide que sem Lula não haverá alternância de poder no país”.
Com Plinio Teodoro