
Em nota divulgada nesta quinta-feira (28), o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, negou qualquer tentativa de seus assessores de buscar lideranças da Câmara para discutir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. A informação foi divulgada pela manhã pelo site O Antagonista e mostrava supostas mensagens trocadas por seus funcionários na tentativa de agendar encontros com parlamentares.
De acordo com o texto enviado à imprensa, a informação é inverídica e informa que “ninguém de sua equipe teve, tem ou terá este tipo de comportamento”. Afirma ainda que caso algum assessor de Mourão atue neste sentido, ‘será considerado desleal’”, informa um trecho da nota. “Na profissão que exerci por 46 anos a lealdade é uma virtude que não se negocia”, diz adiante.
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Segundo a assessoria de comunicação da vice-Presidência, que assina o posicionamento, a notícia tinha a intenção de “turvar as relações” de Mourão e Bolsonaro.
“A Vice-Presidência destaca que o momento ora vivido em nosso Brasil é de união de esforços para salvar vidas e restabelecer o crescimento econômico. Este tipo de cobertura jornalística inconsistente e inverídica em nada, absolutamente nada, agrega a todo esforço do governo federal em cumprir seus objetivos de informar e esclarecer a sociedade brasileira com informações úteis que merecem ser conhecidas”, afirma.
Articulação de Mourão e temor do Planalto
A revelação sobre a movimentação ocorre poucos dias depois de fontes ligadas ao Planalto acenarem que o vice-presidente já se sente pronto para assumir o cargo, diante do crescimento do movimento pelo impeachment, nas ruas e no próprio Congresso. Ao todo, já são mais de 60 pedidos de afastamento já protocolados pelo presidente, dois deles apresentados esta semana, por líderes religiosos e por integrantes da Minoria e da Oposição da Câmara.
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“Qualquer um que prestar atenção no comportamento de Mourão nos últimos dias verá que ele vem se posicionando como contraponto ao presidente”, disse um aliado de Bolsonaro ao Blog do Vicente, na semana passada. “A sensação que temos é a de que ele vê chances reais de se sentar na cadeira mais importante do Palácio do Planalto”, acrescentou.
Mesmo antes das mensagens do Antagonista virem à tona, a suposta teoria da conspiração já rolava solta nos bastidores de Brasília, sobretudo entre os grupos ideológicos, mais ligados a Jair Bolsonaro, e entre os filhos do mandatário.
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Segundo a fonte ouvida pelo blog, Mourão precisaria, inclusive, se preparar para o aumento do tiroteio contra ele à medida que o debate sobre o impeachment de Bolsonaro esquentar. “Ninguém se espantará se esse grupo ideológico disser que o vice está por trás das articulações para afastar o presidente do poder”, ressaltou.
A nota, na íntegra, pode ser lida no link abaixo: