O ex-presidente Lula (PT) defendeu que os recursos empregados na cultura não se tratam de gasto, mas de investimento que geram emprego e renda. Ele afirmou também que se eleito vai recriar o Ministério da Cultura.
“Você não gastou, você investiu R$ 30 milhões em cultura. Essa é a mudança-chave que nós temos que ter e entender a cultura como instrumento da economia brasileira”, disse o candidato durante encontro com artistas no Teatro da Paz, em Belém.
Lula destacou o potencial do setor para oportunidades de trabalho para a população.
“Cada vez que você convoca um show, por menor que ele seja, tem dez pessoas arrumando o som, dez cuidando da eletricidade, dez batucando alguma coisa. Eu acho que gera muito mais emprego do que as indústrias mesmo. E gera prazer, gera alegria, gera conhecimento”, afirmou.
Somado a isso, defendeu que os artistas – tão perseguidos durante o atual governo de Jair Bolsonaro (PL) – sejam os maiores beneficiados com os lucros dessas atividades.
“Tenho que transformar a cultura em uma atividade econômica altamente rentável para quem faz”, frisou.
Conteúdo regional
Durante o encontro, Lula também defendeu a criação de conteúdo por produtores e artistas regionais para serem veiculados nas emissoras locais.
Além de gerar emprego e renda, ele defende a valorização do trabalho dos artistas como parte da cultura do país.
“Não é mais possível, no século 21, as emissoras de televisão, retransmissoras das matrizes que normalmente estão em São Paulo e no Rio de Janeiro, não terem programação estadual. Por que não tem uma programação com os artistas locais por um período da tarde ou da manhã. Quantos artistas a gente iria valorizar? Por que a cultura desse país não pode ser nacionalizada?”, defendeu.
Economia criativa
A economia criativa é um dos pilares da Autorreforma, aprovada pelo PSB no final de abril, como estratégia de desenvolvimento do país.
Foi apresentada pelo PSB e incorporada ao programa de governo da chapa Lula-Alckmin.
Durante debate na Fundação Perseu Abramo, em julho, o coordenador do Socialismo Criativo e ex-deputado federal, Domingos Leonelli (PSB),
ressaltou a importância do tema estar na pauta central da frente democrática que se formou em torno da candidatura de Lula e Alckmin e ressaltou a importância do debate para uma nova visão sobre a economia.
“A economia criativa é o novo nome do capitalismo moderno. Nós do PSB temos nossas críticas e são críticas poderosas, já que ela é também um fator gerador de desigualdades e precisa urgentemente da intervenção do Estado brasileiro para regular essas relações que ela tende a deixar para trás”, afirmou.
O Brasil pode ser um polo importantíssimo de Economia Criativa, diz Alckmin
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) destacou que um dos principais desafios de um possível governo Lula-Alckmin será a geração de emprego e renda. Nesse sentido, enfatizou que adotar a Economia Criativa como estratégia será fundamental para alavancar a economia brasileira.
“O setor primário da economia, que é a agricultura, está cada vez mais mecanizado. A indústria também tem um alto nível de automação e cada vez mais é o setor terciário da economia, ou seja, o setor de serviços que vem crescendo”, afirmou.
Ele destacou que a Economia Criativa pode ser uma importante estratégia para recuperar a imagem do Brasil em questões ligadas ao meio ambiente, além de alavancar a indústria do turismo, a cultura e a educação.
“O Brasil pode deixar de ser um pária internacional, como é hoje, nas questões do desmatamento na Amazônia para produzir com sustentabilidade, com preocupação quanto às mudanças climáticas. Temos um um potencial enorme com nossa diversidade cultural, biodiversidade, produção de tecnologias e o Brasil pode se tornar um polo de Economia Criativa”, disse Alckmin.