
Duas pesquisas divulgadas esta semana apontaram o aumento da rejeição popular ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Elaboradas respectivamente pela XP/Ipespe e pela Exame/Ideia, os levantamentos mostram uma oscilação negativa na aprovação da gestão do chefe do Executivo diante do avanço da Covid-19 e do agravamento da crise econômica no país. Foram questionados também itens como vacinação e condução da pandemia.
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Segundo a sondagem realizada pela Exame/Ideia, a aprovação do presidente caiu de 31% para 26% nos últimos 15 dias. Após uma recuperação em fevereiro, o percentual é o mesmo registrado no início de janeiro e um dos pontos mais baixos em dois anos. Já a desaprovação ao governo aumentou para 45%.
Entre os que têm ensino superior, 63% desaprovam a gestão bolsonarista. Na parcela de jovens, entre 18 e 24 anos, a desaprovação é de 53% – ante 21% dos que aprovam o governo Bolsonaro. A desaprovação também é maior nas pessoas das D e E, chegando a 41%. O melhor desempenho do presidente é na região Norte (36%), e entre os evangélicos (37%).
Em um outro ponto da pesquisa é possível perceber exatamente como a vacinação tem influenciado na reprovação do presidente. Para 52% dos brasileiros, a culpa deste atraso na imunização é de Jair Bolsonaro. Entre os entrevistados, 19% consideram que a culpa é dos governadores, e outros 4% entendem que é dos prefeitos.
O levantamento da Exame ouviu 1.200 pessoas entre os dias 8 e 11 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos
Atuação de Bolsonaro na pandemia é péssima para 61%
De acordo com a pesquisa XP/Ipespe, a avaliação do governo como “ruim ou péssima” oscilou de 42%, em fevereiro, para 45% em março. Os que avaliam a administração como “ótima” ou “boa” passou de 31% para 30%. A trajetória de alta na avaliação negativa vem se desenhando desde outubro de 2020, quando estava em 31%.
Quando o assunto é a atuação do presidente no enfrentamento ao coronavírus, 61% a avaliam como “ruim” ou “péssima”. Em fevereiro eram 53%. Para 18% ela é “ótima” ou “boa”, mesmo patamar registrado para os que a avaliam como “regular”. Em março, esses dois grupos contabilizavam 22%.
Em relação à percepção sobre o risco do novo vírus, cresceu o número dos que responderam estar com “muito medo” de 39%, no mês passado, para 49% em março. Outros 30% disseram estar “com um pouco de medo”, frente a 36% em fevereiro, e 18% disseram não estar com medo em fevereiro eram 24%.
Já sob o aspecto econômico, 63% dos entrevistados responderam que a economia do país está “no caminho errado” neste momento. Em fevereiro, eram 57%. Os que consideram que ela está no “caminho certo” somam 27%, ante 30% em março.
A pesquisa da XP/Ipespe foi realizada por meio de entrevistas telefônicas com 800 pessoas entre os dias 9 e 11 deste mês, portanto após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou as condenações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e devolveu sua elegibilidade. A sondagem tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais.
Com informações da Exame e Reuters