Em reunião realizada na tarde da quarta-feira (20), a Liderança da Minoria, da Oposição, lideranças partidárias na Câmara (PSB, PT, PDT, PSOL, PCdoB, e Rede) e os presidentes nacionais das legendas definiram uma linha de ação frente ao agravamento da crise no Brasil.
Depois da assinatura de um novo pedido de impeachment, protocolado no último dia 15, o grupo elencou ações urgentes para deter a “incapacidade do governo de Jair Bolsonaro (sem partido)” diante da pandemia da Covid-19, a falta de um plano de vacinação e a crise econômica e social, agravada pelo fim do auxílio emergencial.
Entre as seis decisões imediatas, as siglas destacam a necessidade de fortalecer a Plenária Nacional de Organização de Lutas Populares – organizada pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que lideram um protesto marcado para o próximo sábado (23), em todo o país, para pedir o imediato afastamento de Bolsonaro.
Pedem, ainda, a urgente instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a atuação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, diante do colapso sanitário em Manaus (AM).
Eventos da próxima semana
Conjuntamente, os partidos também anunciaram a realização de um ato na próxima terça-feira (26), às 14h, no Salão Verde da Câmara, para exigir a volta imediata dos trabalhos no Congresso Nacional. De acordo com as lideranças, “o Congresso não pode parar frente ao agravamento da crise no país”.
A Minoria ainda anunciou que fará uma reunião na próxima quarta-feira (27) com sindicatos que participam da mobilização sobre a saída da Ford do Brasil. A decisão afetou os estados da Bahia, Ceará e São Paulo.
A Frente também informa que diante da “lamentável gestão diplomática do governo Bolsonaro”, enviará uma carta à embaixada da China solicitando uma reunião com o embaixador na próxima semana. “O objetivo é viabilizar os insumos necessários para o enfrentamento à pandemia”, diz outro trecho da nota.
CPMI do Coronavírus
Pelo Twitter, o líder do PSB na Câmara, o deputado federal Alessandro Molon (RJ) elencou as razões para o pedido da urgente instalação da CPMI. “[O Governo Bolsonaro atuou] espalhando informações falsas, estimulando o uso de remédios sem comprovação científica de sua eficácia, estimulando aglomerações, desestimulando o uso de máscaras e, por fim, falhando na garantia de oxigênio, o que levou à morte de muitas pessoas no Amazonas”.
“Essa ação criminosa do governo federal precisa ser investigada e é isso que nós faremos na nossa Comissão Parlamentar de Inquérito”, garantiu Molon.
União de partidos para o Impeachment Já
Já o líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), declarou que “para enfrentar a grave crise vivida pelo nosso país, a oposição precisa estar unida, construindo a resistência e a mobilização pelo impeachment já”.
Presidente do PSB, Carlos Siqueira, reforçou o pedido e criticou a postura do mandatário após o mea culpa do ex-capitão do Exército. “Bolsonaro economiza a autoavaliação: em lugar da incompetência generalizada, um mero ‘não sou um excelente presidente’. Não confere: em toda calamidade que atinge o país hoje está sua mão grande, inepta e leniente. E os brasileiros pagam essa conta com a própria vida!”, apontou.
Leia, na íntegra, a nota da Oposição:
NOTA DOS PARTIDOS DA MINORIA E OPOSIÇÃO
OPOSIÇÃO UNIDA: Pelo impeachment, pela vacina e pela renda emergencial!
Em reunião realizada na tarde desta quarta-feira (20), a Liderança da Minoria, da Oposição, lideranças partidárias na Câmara (PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB, e Rede) e os presidentes nacionais desses partidos definiram a linha de ação frente ao agravamento da crise no Brasil, marcada pela incapacidade do governo Bolsonaro em conter a pandemia, a falta de um plano de vacinação e a crise econômica e social que está sendo agravada pelo fim do auxílio emergencial.
1. Fortaleceremos a Plenária Nacional de Organização de Lutas Populares, com três pontos principais: vacina para todos, renda emergencial e imediata abertura do impeachment de Bolsonaro, organizada pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
2. Protocolaremos um novo pedido de impeachment motivado pela questão sanitária, na omissão e na responsabilidade do governo Bolsonaro com na pandemia, que ficou mais evidente com as mortes e a falta de oxigênio em Manaus e outras cidades.
3. Realizaremos na próxima terça-feira (26), às 14h, um* ato no Salão Verde pedindo a volta imediata dos trabalhos no Congresso Nacional*. O Congresso não pode parar frente ao agravamento da crise no país.
4. Reforçamos o pedido de CPMI para investigar o fiasco da gestão de Eduardo Pazuello à frente do Ministério da Saúde, que se omitiu no período mais crítico da saúde brasileira.
5. Na próxima quarta-feira (27), realizaremos uma reunião com sindicatos que participam da mobilização sobre a grave decisão de saída da Ford do Brasil, que atingiu fortemente os estados da Bahia, Ceará e São Paulo. O Brasil precisa voltar a criar empregos!
6. Frente à lamentável gestão diplomática do governo Bolsonaro, enviaremos uma carta à embaixada da China solicitando uma reunião com o embaixador na próxima semana. O objetivo é viabilizar os insumos necessários para o enfrentamento à pandemia.
“Para enfrentar a grave crise vivida pelo nosso país, a oposição precisa estar unida, construindo a resistência e a mobilização pelo impeachment já”, afirma José Guimarães (PT-CE), líder da Minoria, que coordenou a reunião.
Brasília, 20 de Janeiro de 2021.
José Guimarães
Líder da Minoria na Câmara dos Deputados
André Figueiredo
Líder da Oposição na Câmara dos Deputados
Carlos Zarattini
Líder da Minoria no Congresso Nacional
Alessandro Molon
Líder da Bancada do PSB na Câmara dos Deputados
Enio Verri
Líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados
Wolney Queiroz
Líder da Bancada do PDT na Câmara dos Deputados
Sâmia Bomfim
Líder da Bancada do PSOL na Câmara dos Deputados
Perpétua Almeida
Líder da Bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados
Joênia Wapichana
Representante da REDE na Câmara dos Deputados
Gleisi Hoffman
Presidente do Partido dos Trabalhadores (PT)
Carlos Siqueira
Presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB)
Carlos Lupi
Presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT)
Juliano Medeiros
Presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
Luciana Santos
Presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
Pedro Ivo
Presidente da Rede Sustentabilidade (REDE)