PSB
Nosso regime político pode ser bem definido como o da “democracia de aparência”. Somos um país economicamente dependente do capitalismo central, portanto com uma independência de ‘aparência’, e internamente caracterizado pela exclusão de um majoritário contingente de miseráveis e pobres, sendo cerca de 33 milhões de pessoas que passam fome.
Diante dessa incontestável realidade, como nós socialistas, em particular nós, componentes do PSB, estamos nos posicionando no atual pleito eleitoral?
Prioridade absoluta é a derrubada do atual grupo que domina o Poder Executivo Federal, pois, de fato, é a pior opção eleita há quatro anos, numa fase de reação a um processo de despolitização sob a bandeira da luta contra a corrupção, fenômeno real, não exclusivo do sistema político. A corrupção, infelizmente, é um traço cultural muito presente em praticamente todas as relações econômicas que regem nossa vida, em um país que nunca superou sua origem colonial, ou seja, de nação injustamente explorada. Esta mesma cultura, por consequência, permeia o agir político.
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O grupo político que está no comando acrescenta ao sistema de corrupção tradicional o disfarce desta praga sob o discurso de uma gestão honesta de raiz religiosa. É o ladrão gritando ‘pega ladrão!’.
O objetivo eleitoral de derrotar o atual grupo que ocupa o Poder Executivo é, sem dúvida, correto e prioritário, mas não suficiente dentro da perspectiva do socialismo democrático, que é o fundamento ideológico do PSB.
A campanha eleitoral deve se preocupar em esclarecer esta dimensão política em disputa, visando um necessário amadurecimento do nível político do povo eleitor, e, sem vestir um falso moralismo de uma esquerda livre dessa mancha, apresentar propostas de uma profunda renovação rumo a uma política institucional e juridicamente voltada para um Brasil que luta de fato para a extinção dos sistemas de corrupção que infestam muitas áreas do agir público e privado.
A participação do PSB no bloco partidário das esquerdas, com a presença do novo filiado no PSB, Geraldo Alckmin como vice-presidente, é um marco importante nesse pleito eleitoral.