As articulações para as Eleições 2022 já tiveram início e o tabuleiro político está sendo desenhado. O grande desafio das lideranças políticas é encontrar um espaço em meio à polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o pleito no ano que vem.
No início da semana passada, uma pesquisa da XP/Ipespe trouxe uma boa e uma má notícia para os candidatos que tentam ocupar esse espaço. O dado promissor é que a soma das intenções de voto nos nomes de fora da polarização Lula/Bolsonaro é de 29%, a mesma fatia do eleitorado que aponta o petista (29%) ou o atual presidente (28%).
Na teoria, portanto, há espaço para ser explorado para além das propostas dos dois candidatos mais visíveis, e uma grande parte da população parece disposta a buscar uma alternativa para não repetir 2018.
O dado ruim no cenário atual é que não há um nome que, sozinho, tenha popularidade e capacidade de aglutinação suficientes para enfrentar o petismo e o bolsonarismo. Com isso, somente uma costura de execução difícil teria força para unir os concorrentes dessa faixa e colocar de pé uma alternativa robusta.
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5 presidenciáveis e os 2 favoritos de fora
Críticas contundentes ao presidente Bolsonaro sobre a condução da pandemia da Covid-19 marcaram o debate no Brazil Conference at Harvard & MIT. Participaram do encontro virtual cinco possíveis candidatos à presidência da República em 2022: os tucanos João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) e os candidatos a presidente em 2018 Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT), além do Luciano Huck (sem partido). Lula nem Bolsonaro participaram do debate na noite do último sábado (17).
Os debatedores também criticaram o governo federal em relação à educação, economia e meio ambiente. Apesar de reunirem presidenciáveis de partidos e ideologias diferentes, da esquerda à direita, o tom do debate foi de bastante cordialidade e troca de elogios entre eles.
O evento é realizado anualmente pela comunidade brasileira de estudantes em Boston da Universidade Harvard e do Massachusetts Institute of Technology. Na ocasião são promovidos encontros com líderes e representantes da diversidade do Brasil e são discutidos temas relacionados à política, economia, cultura e sociedade.
Gentili e Amoedo mexem peças
O apresentador e comediante Danilo Gentili e João Amoedo, candidato à presidência pelo Novo em 2018, articulam alternativas ao cenário Lula/Bolsonaro. O próximo passo é convidar o ex-ministro da Justiça Sergio Moro para debater opções para as Eleições de 2022. Os três foram apoiadores da eleição do atual presidente. Hoje, engrossam as fileiras dos arrependidos.
O convite da conversa com Amoedo partiu de Gentili, que nega terem tratado de sua eventual candidatura ou da formação de uma chapa conjunta. No início do mês, o nome do comediante e ex-bolsonarista apareceu com 4% das intenções de voto numa pesquisa, empatado com Ciro Gomes, João Doria, Luiz Henrique Mandetta e Luciano Huck.
Ala tucana aposta em Tasso Jereissati
Uma eventual candidatura do governador de São Paulo, João Doria, à Presidência da República não agrada algumas alas do PSDB. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, é visto como inexperiente. Nesse cenário, parlamentares tucanos passaram, na última semana, a citar o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) como um nome capaz de unir as forças políticas de centro em 2022. Segundo aliados, a candidatura do cearense poderia inclusive atrair o conterrâneo Ciro Gomes (PDT), que foi seu sucessor no governo do Ceará em 1990 quando ainda estava no PSDB, e com quem voltou a conversar.
Luiza Trajano não descarta entrar na política
A presidenta do conselho do Magazines Luiza e do grupo Mulheres do Brasil, Luiza Trajano, foi entrevistada pelo podcast ESG de A a Z, da revista Exame desta segunda-feira (19). Ela falou sobre enfrentamento à pandemia da Covid-19, vacinas e política. Questionada sobre a possibilidade de entrar na vida pública, respondeu:
“Nunca me filiei a partido político, mas sou uma política que trabalha pelo Brasil há décadas. Não sou contra partido político nem contra o processo político. Eu sempre quis que a sociedade se unisse, acredito muito no poder da sociedade civil organizada. Nunca me passou pela cabeça ter um cargo político e não estou recebendo ninguém que me procura. Agora, nunca diga “dessa água não beberei“.
Luiza Trajano
Com informações da Agência Globo, Jornal do Brasil, IstoÉ, Exame e Veja