
Com apenas dois dias de competição, a Copa América já registra 41 casos de Covid-19. Segundo o Ministério da Saúde, a maioria dos infectados, 31 casos, são de jogadores e membros das delegações. A seleção da Venezuela é a mais atingida, com 13 casos confirmados. Os outros são funcionários contratados pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
Todos os casos aconteceram em Brasília, palco do jogo de estreia entre Brasil x Venezuela. Peru, Colômbia, Bolívia e Venezuela têm integrantes com casos confirmados e esse número dobrou em 24h. Pelo menos seis variantes de coronavírus estão registradas nos países que os atletas dessas delegações atuam.
O ministério da Saúde informou que fez 2.927 testes de RT-PCR para o torneio, até agora. A pasta também enviou exames para realização de sequenciamento genético para a identificação de alguma variante do coronavírus. Segundo o protocolo, as delegações são testadas a cada 48h por laboratórios privados.
Copa América no Brasil
A realização do torneio foi muito criticada pela população e opositores do governo. O medo de contaminação de Covid-19 agora se justifica com os 41 casos. A senadora Leila Barros (PSB-DF), que já foi secretária do esporte do Distrito Federal, criticou a realização do torneiro no meio da pandemia, disse que é uma irresponsabilidade sediar a Copa América enquanto o Brasil está longe de conseguir controlar a situação e não tem vacinado a sociedade em larga escala.
Argentina e Colômbia não quiseram sediar Copa América
Após Argentina e Colômbia desistirem de sediarem a competição, alegando que os países não tinha estrutura para manter o torneio de forma segura, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Conmebol entraram em acordo, com aprovação e interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), para a realização do torneio ser no Brasil, mesmo o país tendo uma situação mais crítica que outros países da América do Sul.
Jogadores da seleção foram contra a realização, até publicaram um manifesto nas redes sociais, mas afirmaram que existe uma hierarquia a seguir e decidiram jogar. O técnico da Seleção, Tite, quase foi demitido por influência do Governo Federal na CBF. Só não foi, porque o ex-presidente da Confederação foi afastado do cargo após denúncia de assédio sexual.