Durante o XV Congresso Constituinte da Autorreforma do PSB, os segmentos socialistas se reuniram para debater as propostas aditivas nos regimentos internos das secretarias e as preprosições de medidas afirmativas que entrarão em vigor durante o próximo triênio. No evento da última quinta-feira (28), os sete segmentos — Negritude Socialista Brasileiro (NSB), Movimento Popular Socialista (MPS), Juventude Socialista Brasileira (JSB), Sindicalismo Socialista Brasileiro (SSB), Secretaria Nacional de Mulheres (SNM), LGBT Socialista e o recém homologado, PSB Inclusão —, também realizaram seus respectivos congressos e elegeram seus dirigentes.
O evento, que ocorreu em Brasília, contou com a presença do ex-presidente Lula e de Geraldo Alckmin em um ato político-cultural. O Congresso Constituinte da Autorreforma do partido prestou homenagem aos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922.
Para ficar por dentro de tudo que “rolou” durante os encontros da militância, o Socialismo Criativo resgata os principais tópicos discutidos durante o evento. Confira:
Eleição
Durante o Congresso Nacional do PSB, os sete segmentos sociais elegeram as novas direções para o próximo triênio. O mais recente movimento socialista, criado para a defesa das pessoas com deficiência, o PSB Inclusão reelegeu Luciana Trindade como secretária nacional.
Os outros seis segmentos também reconduziram seus titulares. Veja:
- Negritude Socialista Brasileira (NSB): Valneide Nascimento
- Sindicalismo Socialista Brasileiro (SSB): Em julgamento
- Secretaria Nacional de Mulheres (SNM): Dora Pires
- Juventude Socialista Brasileira (JSB): Tony Sechi
- LGBT Socialista: Tathiane Araújo
- Movimento Popular Socialista (MPS): Acilino Ribeiro
União e luta dentro da militância negra socialista
Na última quinta-feira (28), foi realizada o VII Congresso da Negritude Socialista Brasileira, reunião do segmento partidário Negritude Socialista Brasileira (NSB), que reafirmou o fortalecimento da militância negra e das medidas de proteção e suporte às comunidades étnicas do país.
O evento contou com a participação de delegados de todo o Brasil. A secretaria nacional da Negritude Brasileira, Valneide Nascimento, a deputada estadual, Cristina Almeida (PSB-AP), o vereador Silvio Humberto (PSB-RS), o ex-ministro de Igualdade Racial, Edson Santos; além de outras personalidades do movimento, também marcaram presença.
Durante a abertura das discurssões, Valneide reafirmou o pacto de união e luta dentro da militância negra socialista. “Em nosso sétimo encontro iremos, mais uma vez, levantar e carregar a bandeira do povo negro juntos. Não deixaremos que ninguém fale por nós e faremos que a nossa voz seja ainda mais ouvida”, reinterou. A secretária foi ovacionada.
Em seguida, delegados e militantes foram convidados a propor, aprovar ou recusar as propostas inseridas dentro do regimento da NSB.
A pré-candidata ao governo do Amapá e a primeira mulher negra a concorrer ao posto, Piedade Vieira ressaltou que o a negritude socialista “anseia” pelo desejo de mudar o Brasil e a história do povo negro brasileiro.
“A mudança está em curso e está reunião hoje demonstra isso. É nitído no olhar de cada um a determinação para mudar os rumos deste país. E mudar o rumo deste país requer que a participação de negros e negras seja cotidiana”, discursou .
“Derrotar o bolsonarismo é uma missão de toda mulher”
“Estamos vivendo sobre o pior governo que o país poderia ter”, pontuou a Secretária Nacional do Movimento Mulheres Socialistas, Dora Pires, em seu discurso de abertura ao IX Congresso Nacional de Mulheres.
Ela relembrou as crises sanitárias e políticas impostas pela incompetência do governo de Jair Bolsonaro, e pediu uma salva de palmas para homenagear os familiares e as mais de 600 mil vítimas da Covid-19.
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A Secretária frisou a importância e a coragem do partido de propor uma autocrítica e reformular a sua estrutura. “A política, como toda arte, deve ser repensada e se aproximar dos anseios da sociedade, e é claro que as mulheres socialistas não podiam ficar para trás. Teremos este ano as eleições mais difíceis da nossa história. Além de mudança, precisamos de unidade, paciência e calma para enfrentar os fascistas”, enfatizou Dora Pires.
Para finalizar, a Secretária foi pontual: derrotar o bolsonarismo é uma missão de toda mulher socialista!
Em seguida, o deputado Estadual e candidato ao governo do Acre, Janilson Leite, falou sobre as tristes estatísticas em relação às mulheres.
“O Acre é um dos estados mais perigosos para as mulheres no mundo. Temos um dos maiores índices de feminicídio, um dos estados mais violentos para a população”, lamentou Jailson. Por conta disso, o parlamentar salientou a necessidade de ampliar, cada vez mais, a participação de mulheres nos espaços políticos.
Reeleição e união da juventude interpartidária
Com 55 votos a 18, a Juventude Socialista Brasileira (JSB) reelegeu Tony Sechi para o cargo de secretário Nacional da Frente durante o XIII Congresso Nacional da Juventude Socialista Brasileira. Essa foi a última oportunidade de eleição do gaúcho que ocupa o cargo há oito anos e conduzirá a liderança do segmento jovem do partido no próximo triênio.
“Se existe uma disputa na juventude é porque ela cresceu, porque ela tem representatividade. Obviamente existem diferenças, mas não são diferenças ideológicas, temos diferenças em alguns posicionamentos e isso faz parte do processo democrárico. Nós precisamos nos unir com cada vez mais força para gritar ‘Fora Bolsonaro’ ”, disse Sechi.
Entre os eixos pautados pela organização estão a ampliação de espaços na política para participação das juventudes, políticas públicas e aprofundamento de questões sociais, especialmente da população jovem periférica.
A eleição da nova mesa diretora contou também com a presença de lideranças jovens do PT, PV e PCdoB. Em sua última solenidade no cargo, o presidente da JSB em Goiás, Tiago Machado, que conduziu o processo eleitoral se despedindo da função por ter alcançado a idade máxima, destacou a importância da união e o papel da juventude nas eleições deste ano.
“A Juventude Socialista Brasileira já avançou muito no país e a gente precisa sempre buscar essa unificação, para que a gente possa construir pautas positivas para apresentar para os jovens. É importante essa construção unificada dentro do partido, para que quando formos para fora, defender as pautas positivas progressistas que a gente acredita, a JSB possa atingir jovens que estão desmotivados com a política”, destacou Machado.
Representatividade política
As políticas públicas para a comunidade LGBTQIA+ foram amplamente debatidas durante o V Congresso Nacional do Movimento LGBT Socialista do PSB, realizado em Brasília.
Para ocupar os espaços e ter mais representatividade política, candidaturas fortes estiveram na pauta de discussões.
“Nossa missão não é unicamente constituir candidaturas. Temos obrigação moral com a sociedade brasileira de provar que esse partido tem um conteúdo socialista que representa a esquerda e representa todo mundo. Precisamos entender que o nosso papel é caminhar monitorando e cobrando que a nossa retomada de poder da esquerda seja valorizando os LGBTS”, enfatizou a secretária Nacional do Segmento LGBT Socialista, Tathiane Araújo, que também preside a organização Rede Trans Brasil.
A reunião teve fortes questões levantadas como a transfobia e a homofobia. Thatiane destacou que o Brasil é um dos países que mais matam travestis e pessoas trans. “Eu sou uma mulher trans e fiz 41 anos este ano. Já passei muito da média de vida de nossa população”, constatou.
Com isso, ela reafirma que é preciso entender a importância do segmento LGBT para que dentro e fora do partido, todos entendam a urgência da causa LGBTQIA+.
Inclusão social
A secretária nacional de inclusão social, Luciana Trindade, fez um discurso marcante no ato de abertura do XV Congresso de Autorreforma do PSB. Na ocasião, ela ressaltou a falta de acessibilidade das pessoas com deficiência nos espaços públicos do país.
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Luciana deu início ao discurso fazendo uma autodescrição, ato de inclusão aos deficientes visuais. “Estou muito emocionada, o meu coração está a mil. Eu esperei muito por esse momento, e para estar aqui. Foi um longo caminho, que não foi fácil para as pessoas com deficiência, pois as barreiras são muito grandes”.
A secretária destacou os desafios de inclusão para as pessoas com deficiência, citando a falta de oportunidade e acesso no dia a dia. “É um desafio, mas a gente tem encontrado pessoas como o presidente do PSB, Carlos Siqueira, que estão dispostas a incluir, porque não basta dizer que é democrático, só é democrático quando todos participam”.
Ela também citou o avanço do PSB Inclusão e o apoio do partido na causa. “O PSB tem nos dado o destaque de incluir e de conscientizar sobre a importância de termos pessoas com deficiência em todos os lugares”.